Todos os santos da Bahia

(Edição Bilíngue Português/Inglês)

Prefácio – Poeta Waly Salomão

Mirando e admirando as voluptuosas foto de Geraldo Melo não há como não constatar que estamos diante de um flagrante caso de enfeitiçamento.

A Bahia de Todos os Santos abraçou o filho pródigo com generosa fogosidade e quase o afogou nos seus líquidos amnióticos. O voluntariamente exilado retorna faminto e intenciona muito mais do que simplesmente comer com os olhos. Geraldo e Bahia. Geraldo a possui porque sabe desentranhar seus ícones mais poderosos como as baianas típicas, o elevador Lacerda, o mágico do Maciel, as raparigas da rua (Manoel da Nó) brega e o desenho do Amigo da Onça, o pescador de xaréu, o cortador de coco de Amaralina (meu felino amigo Edinho do Coco caçando ao crepúsculo), gente simples do povo. Tamanho poder de seleção e junção cinética de ícones transformam Geraldo Melo em um mestre da fusão luxuriosa. Que ginga! Sou agradecido ao fotógrafo João Bosco por ter-me revelado todos os santos da Bahia high tech, da Bahia pop pobre dos ex-votos de Geraldo Melo.

Pare e repare nas fotos de Geraldo Melo. É um canto de alta eroticidade a Salvador da Bahia de Todos os Santos. É uma simbiose fotógrafo cidade, um caso de amor incestuoso do lugar de Yemanjá por seu obsessivo e iluminado filho pródigo.